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Quanto custa abrir um restaurante? Guia completo

- 38 minutos de leitura

Abrir um restaurante é o sonho de muitos empreendedores apaixonados por gastronomia. No entanto, transformar essa paixão em um negócio lucrativo exige planejamento cuidadoso, especialmente dos investimentos iniciais, sendo fundamental saber quanto custa abrir um restaurante.

O montante necessário envolve uma série de despesas que, se não forem bem planejadas, podem comprometer o sucesso do empreendimento. Pensando nisso, decidimos apresentar os principais custos envolvidos na abertura de diferentes tipos de restaurantes.

Assim você pode fazer um planejamento melhor e tomar decisões mais seguras e precisas para não ter despesas inesperadas. Vamos lá?

O que é necessário para abrir um restaurante?

A gastronomia também requer planejamento, estratégia e gestão eficiente para abrir um restaurante de forma estruturada. Sendo assim, existem alguns elementos fundamentais para acertar no investimento. Confira.

Plano de negócios bem estruturado

O primeiro passo é elaborar um plano de negócios sólido. Esse documento funciona como um mapa estratégico que guia decisões futuras. Com ele, você consegue ter uma visão realista do investimento necessário, além de facilitar a captação de recursos com investidores ou instituições financeiras.

No plano devem estar descritas a missão do restaurante, público-alvo, diferenciais competitivos e objetivos de curto e longo prazo. É essencial incluir projeções financeiras, plano de marketing, estrutura de custos e modelo operacional também.

Pesquisa de mercado

Para atrair clientes é preciso entender quem são eles, o que procuram e quais são seus hábitos de consumo. Por isso, realizar uma pesquisa de mercado é fundamental para conferir o perfil do consumidor da região, os concorrentes diretos e indiretos e as tendências gastronômicas em alta.

Assim, é possível definir o tipo de cozinha, faixa de preço, estilo de atendimento e o formato de negócio ideal para reduzir riscos e aumentar as chances de posicionamento correto desde o início.

Escolha do ponto comercial

Um bom ponto deve unir visibilidade, acessibilidade e compatibilidade com o perfil do público-alvo. Regiões com grande fluxo de pessoas, próximas a áreas residenciais ou centros comerciais, costumam ser mais vantajosas.

Além disso, é importante observar a infraestrutura. Cozinha adequada, boa ventilação, sistemas elétricos e hidráulicos compatíveis com a operação são aspectos que devem ser avaliados. Também é importante verificar a viabilidade de obtenção de licenças e alvarás naquele endereço.

Investimento inicial

Abrir um restaurante exige um investimento inicial que vai muito além da compra de equipamentos. É preciso considerar gastos com:

  • reforma;
  • adaptação do espaço;
  • mobiliário;
  • utensílios de cozinha;
  • sistemas de gestão;
  • identidade visual.

Outro ponto importante é o capital de giro. Ele é uma reserva financeira para cobrir os primeiros meses de operação, enquanto o negócio ainda não atingiu o ponto de equilíbrio.

Também entram nessa conta as despesas com registros legais, licenças sanitárias, contratação de equipe e ações de marketing.

Escolha de fornecedores

Ter parceiros confiáveis, que entregam com regularidade e prezam pela qualidade, é essencial para manter a operação fluindo.

Prefira trabalhar com mais de um fornecedor por categoria, como forma de prevenção em caso de atrasos ou imprevistos. Também negocie prazos e condições de pagamento, monitore os custos e mantenha uma relação transparente.

inteligência artificial para restaurantes

Quanto custa abrir um restaurante?

Chegamos ao ponto fundamental do artigo: afinal, quanto custa abrir um restaurante? A verdade é que não existe uma resposta única, pois os custos variam bastante conforme o modelo de negócio.

Cada formato exige investimentos específicos em estrutura, equipe, equipamentos e marketing. Sem falar do custo de vida em cada cidade ou região, que também influencia muito o orçamento.

De toda forma, fizemos um levantamento dos principais modelos de restaurante e os tipos de investimento necessários em cada um deles. Veja!

Restaurante fast food

São restaurantes pensados para agilidade, com atendimento rápido, cardápio enxuto e grande rotatividade de clientes. Como consequência, os custos iniciais costumam ser mais baixos em comparação com outros formatos mais elaborados.

O investimento se concentra em pontos bem localizados, de preferência em áreas com alto fluxo de pessoas. A estrutura é simples, com cozinha compacta equipada com chapas, fritadeiras, refrigeradores e outros equipamentos básicos.

A decoração tende a ser funcional, priorizando praticidade em vez da sofisticação. Além disso, o desenvolvimento de um cardápio reduzido ajuda a controlar o estoque e a padronizar os processos.

O custo médio, geralmente, fica entre R$ 150 mil e R$ 500 mil.

Restaurante casual dining

Esse modelo oferece uma experiência mais confortável e completa do que o fast food. Além de um espaço maior e mais bem decorado, o restaurante precisa de uma cozinha estruturada para atender a uma demanda variada. A equipe também é mais ampla e requer capacitação para manter um padrão de qualidade.

Outro ponto importante é a ambientação, que inclui decoração, mobiliário e identidade visual. Eles precisam ser pensados com mais cuidado para criar uma experiência que fidelize o cliente.

O custo médio varia entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão, dependendo do porte, localização e conceito do restaurante.

Restaurante fine dining

Os restaurantes fine dining exigem o mais alto padrão em todos os aspectos. Esse modelo envolve um investimento elevado, desde o projeto arquitetônico até a seleção da equipe.

A decoração é sofisticada e personalizada, com atenção a cada detalhe do ambiente, incluindo iluminação, acústica e mobiliário. Na cozinha, os equipamentos são modernos, tecnológicos e adaptados para preparos complexos.

A equipe é altamente especializada, incluindo chefs renomados, sommeliers e garçons treinados para oferecer um serviço de excelência. Até mesmo a escolha de louças, taças e utensílios entra na conta, já que tudo contribui para uma experiência gastronômica de alto nível.

O custo médio para abrir costuma variar entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões, mas pode ultrapassar esses valores dependendo da localização, do tamanho e da exclusividade do empreendimento.

Food truck

Para quem busca um modelo mais acessível e com mobilidade, o food truck pode ser uma excelente escolha. O custo inicial é mais baixo, já que não há necessidade de ponto fixo.

O principal investimento está na aquisição e adaptação do veículo. Ele precisa ser equipado com uma cozinha compacta, sistema de ventilação e estrutura elétrica adequada. A operação é mais enxuta, mas também exige licenças específicas para funcionamento em vias públicas ou eventos privados.

Por outro lado, os custos fixos são menores e a equipe é reduzida. A escolha de um cardápio prático e de preparo rápido é essencial para garantir eficiência no atendimento.

O custo médio para abrir um food truck varia entre R$ 80 mil e R$ 250 mil, dependendo do tamanho do veículo, da estrutura da cozinha e do cardápio oferecido.

Restaurantes delivery-only (dark kitchens)

As cozinhas fantasmas, ou dark kitchens, operam exclusivamente via delivery. Esse modelo reduz significativamente os custos com ponto físico e atendimento ao cliente. Porém, exige uma estrutura de cozinha bem montada, com equipamentos adequados para um alto volume de pedidos, e embalagens específicas para transporte.

Como não há fachada nem contato direto com o público, o investimento em marketing digital é essencial para conquistar visibilidade e manter a fidelidade dos clientes. Além disso, o negócio depende de sistemas integrados de gestão de pedidos e logística eficiente para garantir agilidade e qualidade nas entregas.

O custo médio para montar esse tipo de restaurante gira em torno de R$ 80 mil a R$ 300 mil, podendo variar conforme o tipo de cardápio, nível de automação e localização da cozinha.

Quanto custa para montar a equipe de um restaurante?

A equipe é um dos pilares fundamentais para o sucesso de um restaurante. Por isso, a contratação de profissionais exige planejamento financeiro, já que envolve uma série de custos diretos e indiretos. Veja quanto custa abrir um restaurante pensando nesse sentido.

Recrutamento

O processo de recrutamento e seleção pode ser feito internamente ou por meio de consultorias especializadas. Mesmo que você assuma essa etapa, há custos envolvidos, como anúncios em plataformas de emprego, tempo para entrevistas, testes práticos e sistema de triagem de currículos.

Já em recrutamentos mais exigentes, como para cargos de chef, gerente ou sommelier, pode ser necessário contratar empresas de seleção especializadas. Isso aumenta o custo, mas tende a melhorar a precisão da contratação.

Treinamento

Há custo para treinar a equipe e garantir a padronização no atendimento, no preparo dos pratos e nos protocolos operacionais.

Restaurantes pequenos podem adotar treinamentos internos mais simples, realizados pelos próprios gestores ou chefs. Mas as operações maiores costumam precisar de programas estruturados de integração, capacitação técnica, boas práticas sanitárias e atendimento ao cliente.

Quantos funcionários precisa para abrir um restaurante?

A estrutura de pessoal varia conforme o tipo e porte do restaurante.

Os estabelecimentos pequenos e de fast food funcionam com uma equipe mais enxuta e versátil. Em geral, os mesmos colaboradores acumulam funções operacionais, como atendimento, caixa e cozinha básica.

Geralmente, a equipe é composta por:

  • 1 gerente ou encarregado;
  • 2 a 4 atendentes;
  • 2 cozinheiros ou auxiliares de cozinha;
  • 1 pessoa da limpeza.

Os restaurantes de médio porte (casual dining) exigem uma estrutura mais segmentada e profissionalizada, com funções bem definidas entre salão, cozinha e gestão.

Alguns cargos típicos são:

  • 1 gerente operacional;
  • 1 subgerente;
  • 1 chef de cozinha;
  • 2 a 4 cozinheiros e auxiliares;
  • 2 a 5 garçons;
  • 1 a 2 recepcionistas;
  • 1 equipe de limpeza.

Já as operações sofisticadas de restaurantes de grande porte exigem equipes amplas e altamente qualificadas, com funções especializadas e padrão de atendimento elevado.

Os cargos incluem:

  • gerente geral;
  • gerente de salão;
  • sommelier;
  • chef executivo;
  • subchef e chef de partie;
  • cozinheiros, auxiliares e confeiteiros;
  • garçons;
  • recepcionistas;
  • auxiliares de limpeza;
  • estoquistas e almoxarifes.

Salários, encargos trabalhistas e benefícios

No regime CLT, os encargos trabalhistas representam cerca de 70% a 100% do salário nominal do colaborador, considerando os seguintes itens:

  • INSS patronal;
  • FGTS (8%);
  • 13º salário;
  • Férias + 1/3 constitucional;
  • aviso prévio;
  • multa rescisória (quando aplicável);
  • vale-transporte;
  • vale-refeição ou alimentação.

Também pode ser oferecido o plano de saúde, em especial para cargos de gestão ou em restaurantes de alto padrão. Ainda, temos uniformes e EPIs, obrigatórios por lei em áreas de cozinha e serviços

Lembre-se de considerar os custos com eventuais horas extras, adicional noturno e banco de horas.

Custo final da folha de pagamento

A folha de pagamento costuma ser a maior despesa fixa de um restaurante. Ela pode representar entre 25% e 40% do faturamento mensal, dependendo do modelo de negócio. Estabelecimentos com operação intensiva em serviço (como os fine dining) ou com longos horários de funcionamento tendem a ter custos maiores.

Quanto custa montar um restaurante delivery?

Os restaurantes delivery eliminam custos com salão e atendimento presencial, mas exigem um tipo específico de estrutura e investimentos em tecnologia, logística e marketing digital.

A cozinha profissional bem equipada deve seguir as normas da vigilância sanitária e ter fluxo organizado de produção. Os investimentos iniciais incluem:

  • reforma ou adequação do imóvel;
  • equipamentos de cozinha, como fogões, fornos, geladeiras, bancadas, coifas e utensílios;
  • sistema de armazenamento de alimentos e estoque seco;
  • espaço para embalagem e despacho de pedidos.

Falando nela, a embalagem precisa ser funcional, térmica, segura e, de preferência, sustentável. Seus custos incluem:

  • embalagens primárias (potes, bandejas, caixas);
  • sacolas personalizadas;
  • etiquetas, lacres e materiais de segurança alimentar;
  • guardanapos, talheres descartáveis e itens extras.

Além do valor por unidade, considere o custo logístico de armazenamento e reposição.

Como boa parte dos pedidos são feitos por meio de plataformas e aplicativos, estar nesses canais é fundamental para alcançar visibilidade, mas tem um custo.

As taxas por pedido variam de 15% a 30%. Também há mensalidades ou comissões fixas, em alguns planos, taxas de entrega e de antecipação de recebíveis.

O restaurante delivery ainda precisa de sistemas integrados de gestão que centralizem os pedidos, organizem a fila de produção e atualizem o status de entrega. Os custos tecnológicos incluem:

  • softwares de PDV;
  • plataformas de integração de pedidos;
  • sistemas de controle de estoque e fluxo de caixa;
  • aplicativos próprios, caso você opte por isso.

Por fim, temos o marketing digital, uma das principais ferramentas de divulgação. É por meio dele que o restaurante conquista e fideliza seu público.

Entre os custos, podemos destacar:

  • criação da identidade visual;
  • gestão de redes sociais;
  • anúncios patrocinados;
  • programas de fidelidade;
  • campanhas de retenção;
  • produção de fotos e vídeos profissionais.

Qual a média de gastos com ingredientes e insumos?

Os custos mensais com ingredientes e insumos representam em percentual do faturamento bruto de um restaurante, dependendo do modelo de negócio:

  • fast food ou delivery simples: 25% a 30%;
  • casual dining: 30% a 35%;
  • fine dining: 35% a 40%.

Lembrando que esses números são apenas referências. A melhor prática é calcular o CMV (Custo da Mercadoria Vendida) individualmente com base nos pratos e no volume de vendas.

O tipo de cardápio também afeta diretamente os custos. Um menu com muitos ingredientes frescos, itens importados ou baixa padronização tende a ter um custo mais elevado e difícil de controlar. Já cardápios padronizados e com ingredientes compartilhados oferecem maior eficiência operacional e economia de escala.

Além disso, muitos ingredientes sofrem oscilações significativas de preço ao longo do ano. A sazonalidade pode impactar o custo de alguns pratos e afetar a margem de lucro, se não for levada em conta na precificação.

Para lidar com isso, é recomendado:

  • planejar substituições sazonais no cardápio;
  • trabalhar com produtores locais e insumos frescos da época;
  • negociar contratos de fornecimento com preços fixos para os itens mais críticos.

Além dos ingredientes usados no preparo dos pratos, temos os insumos operacionais, como:

  • produtos de limpeza;
  • materiais de embalagem;
  • uniformes e EPIs;
  • gás e água.

Eles devem ser considerados no custo mensal.

Como gerenciar o estoque para evitar desperdício?

Um bom controle de estoque é essencial para manter os custos sob controle e evitar perdas. Afinal, desperdício, avarias, sobras mal armazenadas ou compras excessivas reduzem a lucratividade de forma silenciosa.

Algumas boas práticas para fazer esse controle incluem:

  • inventário regular, com conferência física dos produtos armazenados;
  • uso de sistema de gestão com fichas técnicas de pratos, para saber a quantidade de insumos necessária por receita;
  • implementação da política PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair), para manter a rotação correta dos produtos e evitar vencimentos;
  • treinamento da equipe de cozinha para evitar erros de preparo;
  • monitoramento de indicadores de perdas, como sobras de produção, devoluções e descarte de insumos vencidos.

Dicas para economizar na compra de produtos para restaurante

Controlar os custos com compras é uma das estratégias mais eficientes para aumentar a lucratividade sem comprometer a qualidade dos pratos. Você pode melhorar sua margem sem sacrificar o padrão seguindo algumas dicas práticas para economizar nas compras. Confira!

Negocie com fornecedores com frequência

A negociação não deve ser um evento isolado, mas sim uma prática constante. Muitos empreendedores deixam de revisar seus contratos ou cotações, mantendo preços que poderiam estar defasados.

Então, peça cotações semanais de produtos perecíveis.

Negocie prazos de pagamento e descontos por fidelidade.

Avalie se vale mais a pena comprar direto do produtor ou com distribuidores intermediários.

Compre em grandes quantidades (com cuidado)

Comprar em volume pode resultar em bons descontos, especialmente para produtos de alta rotatividade ou com longa validade. Porém, produtos perecíveis exigem cuidado para não gerarem perdas por vencimento ou deterioração.

Analise o histórico de consumo médio mensal de cada item para saber o que vale a pena comprar em grande escala.

Prefira fornecedores locais e regionais

Produtos locais costumam ter um custo menor por estarem mais próximos. Além disso, reduzem o tempo de entrega e possibilitam maior flexibilidade em reposições rápidas.

Avalie o custo-benefício de cada produto

Um insumo de qualidade inferior pode gerar mais desperdício, retrabalho ou insatisfação do cliente. Então, analise o custo por porção real: quanto daquele insumo é usado por prato? Ele tem bom rendimento? Tem muita perda?

Produtos com maior durabilidade, rendimento ou multifuncionalidade tendem a oferecer um custo-benefício melhor, mesmo que o preço unitário seja um pouco mais alto.

Padronize o cardápio para compartilhar ingredientes

Um cardápio muito extenso e variado aumenta os custos com compras e dificulta o controle de estoque. Ao padronizar as receitas e usar ingredientes em comum entre os pratos, é possível reduzir a variedade de compras, comprar em maior volume com melhores preços e evitar desperdício de produtos com pouca saída.

Acompanhe os preços de mercado e sazonalidade

Acompanhe o mercado e adapte o cardápio à sazonalidade. Vale substituir acompanhamentos ou guarnições por opções mais baratas na estação, além de ter pratos do dia com ingredientes em promoção ou com estoque elevado.

Automatize e controle o estoque com rigor

Nenhuma economia nas compras será efetiva se houver descontrole no estoque. Produtos mal armazenados, vencidos ou em excesso geram prejuízos silenciosos.

Use um sistema de gestão para monitorar entradas e saídas, evitando perdas por vencimento. Defina alertas para compras automáticas e reduza as desnecessárias.

Como montar um plano de negócios para organizar as finanças

O plano de negócios ajuda a:

  • entender quanto será necessário para abrir e manter o restaurante;
  • prever receitas, despesas e lucros;
  • antecipar riscos e pontos críticos;
  • atrair investidores ou conseguir crédito junto a bancos.

Sem um plano financeiro, você corre o risco de subestimar custos, superestimar receitas e comprometer o capital de giro nos primeiros meses de operação. Para que ele seja eficiente, é preciso uma boa estrutura do plano de negócios.

O documento deve incluir várias seções, mas a parte financeira é o núcleo de qualquer análise realista. Abaixo, veja os principais itens para organizar bem as finanças do restaurante.

Investimento inicial

É o total de recursos necessários para montar e abrir o restaurante. Deve ser detalhado item por item, com base em cotações reais.

Projeção de receita

Estime quanto o restaurante poderá faturar mensalmente com base em:

  • capacidade de atendimento (número de clientes por dia, ticket médio);
  • horário de funcionamento e dias abertos por mês;
  • canal de venda .

Por exemplo: se o restaurante atender 60 clientes por dia, com ticket médio de R$ 35, e funcionar 26 dias por mês, a projeção de receita bruta seria R$ 54.600/mês.

É importante fazer uma projeção conservadora para os primeiros meses, prevendo crescimento gradual à medida que o negócio se estabelece.

Despesas Mensais

Aqui você vai identificar todos os custos fixos e variáveis que afetam o negócio.

Os custos fixos não mudam com o volume de vendas:

  • aluguel;
  • salários e encargos trabalhistas;
  • contador;
  • internet, telefone, software de gestão;
  • licenças e seguros.

Os custos variáveis dependem do volume de produção e vendas:

  • ingredientes e insumos;
  • embalagens;
  • comissões de aplicativos de entrega;
  • energia, gás e água;
  • comissões ou taxas sobre vendas.

Essas despesas devem ser comparadas mensalmente com a receita projetada para medir a margem operacional.

Ponto de equilíbrio

É o valor mínimo de faturamento necessário para cobrir as despesas mensais. A partir desse ponto, o negócio começa a gerar lucro. Esse cálculo permite saber quantas vendas precisam ser feitas por mês para não operar no prejuízo.

A fórmula é a seguinte:

Ponto de Equilíbrio = Custos Fixos ÷ (1 – % de custos variáveis sobre a receita)

Projeção de lucro e retorno sobre o investimento (ROI)

Com base nas receitas e despesas projetadas, é possível estimar o lucro líquido mensal. Isso permite calcular o prazo de retorno do investimento inicial, ou seja, em quanto tempo o negócio começa a “se pagar”.

Negócios bem estruturados costumam atingir o ponto de equilíbrio entre o 6º e o 12º mês. O retorno total do investimento pode variar de 1 a 3 anos, dependendo do modelo de restaurante.

A fórmula é a seguinte:

ROI = (Lucro Mensal Médio) x (Meses) ÷ Investimento Inicial

Cenários alternativos e plano de contingência

Monte simulações financeiras considerando:

  • cenário otimista: vendas acima do esperado;
  • cenário conservador: crescimento lento;
  • cenário crítico: movimento abaixo do mínimo viável.

Isso ajuda a prever como o negócio se comporta sob pressão e a preparar planos de ação para cada situação, como renegociar contratos, ajustar o cardápio ou cortar custos.

Dicas para gastar menos ao abrir o seu restaurante

É comum que muitos empreendedores acabem gastando além do necessário durante a fase de implantação do restaurante. Se você quer começar com estrutura sólida, mas sem extrapolar o orçamento, confira estas dicas para economizar na abertura do estabelecimento e manter o foco nos resultados.

Priorize o essencial

Foque no que você realmente precisa para operar. Monte um cardápio enxuto, compre apenas os equipamentos indispensáveis e deixe os itens complementares para depois.

Evite gastos excessivos com decoração e mobiliário

É possível criar um ambiente agradável e com identidade sem gastar fortunas em design de interiores. A decoração não precisa ser cara para ser acolhedora. Basta ser coerente com a proposta da marca e funcional para o público.

Compre equipamentos de forma estratégica

Eles são uma parte relevante do investimento, mas você não precisa comprar tudo de uma vez nem optar por produtos novos. Vale comprar equipamentos usados em bom estado ou alugar alguns nos primeiros meses. Avalie a possibilidade de terceirizar processos, como produção de sobremesas ou panificação, no início.

Pesquise opções de financiamento inteligentes

Se for necessário recorrer ao capital externo, opte por linhas de crédito com taxas reduzidas, específicas para micro e pequenos empreendedores. Evite empréstimos pessoais com juros altos ou o uso excessivo de cartões de crédito.

Busque apoio e parcerias para microempreendedores

Existem diversas iniciativas públicas e privadas que ajudam microempreendedores a iniciarem seus negócios com menor investimento. Fique de olho em:

  • programas de incubação ou aceleração de negócios;
  • cursos gratuitos de gestão, marketing e finanças;
  • fornecedores que oferecem prazos estendidos, consignação ou apoio promocional;
  • plataformas de delivery que ajudam com infraestrutura tecnológica inicial gratuita ou comissões reduzidas para novos estabelecimentos.

Como legalizar seu restaurante e quanto custa?

Legalizar o restaurante é fundamental para garantir o funcionamento seguro, regular e dentro das normas vigentes. Sem a documentação correta, o negócio fica sujeito a multas, interdições e até fechamento. Além disso, a regularização é essencial para abrir contas bancárias empresariais, emitir notas fiscais, contratar funcionários e acessar linhas de crédito.

Você vai precisar:

  • escolher o tipo de empresa ideal, como MEI (Microempreendedor Individual), Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP);
  • registro na Junta Comercial (entre R$ 100 e R$ 300);
  • inscrição no CNPJ (gratuito);
  • Inscrição Estadual e Municipal (gratuitas);
  • alvará de funcionamento (entre R$ 300 e R$ 1.500);
  • licença sanitária (de R$ 200 a R$ 1.000).
  • Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (de R$ 500 a milhares de reais).

Outros registros e autorizações incluem:

  • registro na Secretaria da Fazenda para emissão de notas fiscais;
  • certificado digital;
  • licença ambiental;
  • registro no INSS e FGTS para contratação de funcionários.

Ficou claro quanto custa abrir um restaurante? Esse é um projeto que exige paixão, planejamento e, sobretudo, visão estratégica. O valor pode variar bastante conforme o modelo escolhido, mas independentemente do formato, o mais importante é entender que cada real investido precisa estar alinhado ao propósito, à capacidade de operação e ao perfil do público-alvo.

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