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O CMV tem impacto direto na precificação dos produtos e na lucratividade da empresa. Dito isso, seu cálculo é bastante simples e pode ser feito sempre que necessário, para monitorar o desempenho dos negócios.

Quem trabalha com comércios — sejam lojas, restaurantes ou qualquer outro tipo de estabelecimento — sabe como as margens de lucro podem ser bastante apertadas, o que torna fechar o mês “no azul” um grande desafio. Pensando nisso, outra dificuldade de quem empreende no setor é definir os preços de seus produtos, para manter boas vendas sem comprometer a lucratividade. Tudo isso está relacionado ao conceito de CMV.

O CMV é o custo da mercadoria vendida. Ele vai além do preço de compra do produto (numa loja) ou do valor gasto em ingredientes (num restaurante ou bar). Ele inclui todos os valores necessários para oferecer a mercadoria ao cliente, como os custos de estoque, transporte, impostos, entre outros.

Sendo assim, o CMV é o primeiro passo para você iniciar uma estratégia de precificação mais eficiente no seu estabelecimento, seja ele uma loja, bar, restaurante ou qualquer outro tipo de comércio.

A partir da identificação do custo da mercadoria, você tem uma base muito mais sólida para aplicar as margens de lucro desejadas e tornar os negócios mais rentáveis. E caso seu CMV esteja alto, impossibilitando a aplicação da margem de lucro desejada, você pode buscar estratégias para diminui-lo.

Isso porque, para que as contas fechem e o negócio cumpra seu propósito, que é gerar lucro, você precisa que o preço de venda seja maior que o CMV. Pensando nisso, nós criamos esse guia completo sobre o assunto, ajudando você a calcular seu CMV e aplicar esse indicador nas suas estratégias.

O que é CMV?

O CMV é uma sigla para custo da mercadoria vendida e corresponde à soma dos valores investidos para comprar, produzir, armazenar e oferecer os produtos ao público, até que eles sejam vendidos.

Esse é um conceito contábil e financeiro essencial para qualquer empresa, pois representa o valor mínimo de você precisa para oferecer os produtos aos clientes. Isto é, o verdadeiro preço de custo, além do preço de compra dos produtos para revenda ou da matéria-prima para produção.

Por conta disso, o preço de venda para o cliente deve necessariamente ser maior que o valor do CMV.

O custo da mercadoria vendida inclui todos os pagamentos feitos para os fornecedores no período, além de custos de frete, estoque, contratação de pessoal, manutenção do ponto de venda, contas de consumo, impostos e seguros, dentre outros gastos essenciais para a empresa.

Por isso, para calcular seu CMV corretamente, você precisa ter um controle financeiro muito atencioso. Além disso, também é preciso prestar atenção ao controle de estoque, uma vez que as mercadorias estocadas influenciam no custo geral da empresa.

Esse detalhe é especialmente importante para restaurantes, bares e outros estabelecimentos de food service. Afinal, cada prato inclui diferentes tipos de ingredientes, que têm custos muitos diferentes e são repostos em prazos diferentes. Produtos perecíveis, por exemplo, podem ser repostos de forma diária, enquanto outros são comprados com menor frequência, em grande quantidade. Mas todos influenciam no cálculo do CMV.

Em uma loja, essas contas podem ser mais simples, já que cada produto tem seu custo individual. Mesmo assim, o cálculo do CMV é importante para incluir todos os outros custos que não estão diretamente relacionados à compra do produto.

Em todo caso, o CMV ideal é o mais baixo possível — isto é, de uma forma que você consiga servir aos clientes com qualidade, mas também oferecer um preço de venda competitivo e ainda ter lucro. Afinal, não é raro que os comércios tenham altas vendas, grande demanda e mesmo assim fechem as contas com prejuízo.

Sendo assim, um acompanhamento eficiente e atencioso do CMV/custo da mercadoria vendida pode melhorar sua precificação, permitindo que a sua lucratividade seja maior.

Para que serve o cálculo do CMV?

O cálculo do CMV/custo da mercadoria vendida é muito importante para a apuração do resultado bruto da empresa. É claro que a lucratividade pode depender de outros fatores, mas comparar o CMV com os valores vendidos pela empresa já oferece uma boa direção nesse sentido.

Isso porque, de modo geral, o lucro bruto da empresa é o faturamento total subtraindo o custo da mercadoria vendida. Inclusive, esse indicador é um dos primeiros apresentados nas Demonstrações de Resultado de Exercício, dada a sua importância.

Contudo, para fazer um acompanhamento financeiro mais apurado, você precisa diferenciar os custos das despesas:

  • Custos são os valores que a empresa investe em sua atividade-fim, como na compra de mercadorias, matérias-primas, contratação de pessoal…
  • Despesas são aqueles valores não-relacionados à atividade-fim, como as contas de consumo da empresa, material de limpeza, contratações para funções administrativas…

Sendo assim, com a subtração entre faturamento total e CMV, você obtém o lucro bruto da empresa. Ao subtrair as despesas do lucro bruto, você chega ao lucro líquido.

Além disso, o cálculo do CMV também pode ser muito útil para você fazer a precificação dos produtos da empresa. Afinal, o preço de venda precisa ser sempre maior que o CMV.

Outra utilidade desse indicador é na apuração da margem de contribuição de cada produto para o faturamento total da empresa. Afinal, calculando o CMV de cada produto, você também consegue contabilizar quanto cada um deles contribui para o pagamento das outras despesas da empresa.

Por fim, o CMV serve como um indicador de desempenho operacional, de maneira geral. Isso porque, calculando o CMV corretamente, você também pode buscar maneiras para diminui-lo, melhorando sua lucratividade.

Como calcular o CMV, na prática?

Mesmo sendo um indicador bastante importante para o desempenho dos negócios, o cálculo do CMV é relativamente simples. Em primeiro lugar, ele é feito de acordo com um período (quinzenal, mensal, trimestral…) e é composto por três fatores principais:

  1. EI: estoque inicial
  2. C: compras
  3. EF: estoque final

Ou seja, o primeiro passo é calcular o valor do estoque inicial do período. Depois, você soma as compras feitas nesse meio-tempo e o estoque final (no dia do cálculo do CMV).

Essa fórmula é interessante para evitar confusões com preços de produtos adquiridos em diferentes condições. Afinal, uma mesma matéria-prima ou produto para revenda pode ser adquirido por preços diferentes, a depender da negociação com o fornecedor ou da quantidade comprada.

Por isso, a fórmula pede os valores totais do estoque inicial, das compras e do estoque final. Com isso, independente das negociações realizadas, você consegue incluir todos os valores no cálculo corretamente.

Pensando nisso, você talvez esteja se perguntando como calcular os valores de estoque e mantê-los atualizados. Para isso, há dois métodos:

  • No inventário permanente, o valor do estoque é atualizado sempre que uma mercadoria é adicionada ou retirada da prateleira. Se você recebe uma nova encomenda de um fornecedor ou vende um produto, o valor do estoque é atualizado no mesmo momento.
  • No inventário periódico, o valor do estoque não precisa ser atualizado sempre que há uma mudança. Contudo, você precisa fazer a contagem dos produtos e cálculo dos preços com uma certa frequência, para não perder o controle.

Outro assunto relacionado ao método de inventário, muito importante para seus negócios, é o método de controle de estoquePara isso, você têm três caminhos a seguir: 1) PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), que leva em conta o custo das mercadorias mais antigas; 2) UEPS (último que entra, primeiro que sai), que considera os produtos mais novos; e 3) MPM (média ponderada móvel), que divide o custo total pelo número de unidades.

Dito isso, outros componentes que podem entrar no cálculo do CMV/custo das mercadorias vendidas são as devoluções —sejam de compras (para seu fornecedor) ou de vendas (por parte do cliente)— e os outros custos da sua empresa, como explicamos nas seções anteriores. Mais do que o preço de compra dos produtos ou insumos, o CMV considera todos os valores que são necessários para oferecer o produto ao consumidor.

Então, levando tudo isso em conta, a fórmula geral do CMV é:

CMV = EI + C — EF

Ou seja, o valor do estoque inicial, mais as compras realizadas no período, menos o valor do estoque final. Depois disso, fica bem mais fácil calcular o lucro bruto da empresa: você utiliza o saldo de vendas, diminuindo o CMV, como explicamos no início dessa seção.

Como otimizar seu CMV e sua lucratividade

Como mencionamos em outro momento, o CMV ideal é sempre o menor possível. Afinal, quanto menor o custo da mercadoria vendida, maior será o lucro bruto da empresa, com impacto direto nos resultados financeiros.

Mas isso não significa que você deva buscar o menor CMV a qualquer custo —comprometendo a qualidade da sua entrega. A questão é balancear esses indicadores da melhor forma possível.

Para lojas, por exemplo, um CMV saudável está numa faixa entre 30 e 50% do faturamento total. Para restaurantes, essa faixa pode ser diferente, mas dificilmente deve ultrapassar os 50% de faturamento —até porque você tem outros custos e despesas para cumprir, não é mesmo?

Então, para manter seu CMV sob controle, você precisa prestar atenção a detalhes como:

Para cada um desses itens, nós temos outros artigos no blog da ConnecPlug detalhando o assunto —é só clicar sobre os itens para saber mais. A questão é que otimizando seu CMV, você também otimiza sua lucratividadeEssa é uma relação simples e direta.

Para acompanhar todos esses detalhes no cotidiano ocupado do comércio, você precisa de um auxílio da tecnologia. Um bom sistema de gestão ERP permite que você acompanhe seu faturamento, faça o controle de estoque e gerencie todos os outros aspectos da sua empresa com poucos cliques na tela do computador ou até pelo celular. Para saber mais sobre esse tipo de sistema e como implementá-lo na sua empresa, fale com a ConnectPlug

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